segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Arteterapia com Crianças Hospitalizadas

Autor: Gabriela Monteiro do Amaral Prado | Publicado na Edição de: Junho de 2014



Resumo: O presente estudo tem como objetivo pesquisar sobre os benefícios da utilização dos recursos expressivos na recuperação de crianças hospitalizadas. A hospitalização é uma experiência estressante, que envolve profunda adaptação da criança às diversas mudanças que ocorrem no seu dia a dia, além de ser uma situação permeada pela elaboração de perdas e lutos, tratamentos invasivos e agressivos. Quando a criança está hospitalizada, é impedida de continuar sua rotina diária e frequentar ambientes estimuladores. Dessa forma, a arteterapia pode ser um facilitador em levar a criança a aderir melhor ao tratamento, adaptar-se as rotinas hospitalares, estimular o seu desenvolvimento saudável e favorecer o equilíbrio emocional, conseguindo assim, amenizar os efeitos negativos causados pela internação e pela doença. Conclui-se então, que a arteterapia constitui-se em um meio de canalizar de maneira positiva, as variáveis do desenvolvimento da criança hospitalizada e neutralizar os fatores de ordem afetiva que, naturalmente, surgem, além de expor potenciais mais saudáveis da criança, por vezes pouco estimulados no contexto da hospitalização
Palavras-chave:Terapia pela arte, criança hospitalizada, comportamento infantil, arteterapia, psicologia hospitalar.


1. Introdução

Existe uma infinidade de definições sobre a arte. Na visão dos filósofos, Platão vê a arte como esplendor do verdadeiro. Já Aristóteles a considera como a ordem e a harmonia das partes e para Leibniz a arte é perfeição (FRANÇANI ET AL 1998)
Segundo Valladares (2008) a arte é inerente ao ser humano e é um meio de expressão, comunicação e de linguagem.
A arte não se restringe apenas a museus e galerias, ela está presente no nosso cotidiano e o artista não é somente aquele que se apresenta nos palcos. O artista é caracterizado pela capacidade de criar, trabalhar e realizar ações e obras que agradem seus sentidos e os dos outros. Na criança, a arte é encontrada de forma inata e espontânea e geralmente se manifesta em suas brincadeiras. Muitos pesquisadores já comprovaram a importância do brincar para o desenvolvimento saudável da criança. Eles destacam que o brincar ajuda no desenvolvimento sensório motor, intelectual, no processo de socialização, no aperfeiçoamento da criatividade e auto-consciencia (FRANÇANI ET AL 1998)
Freud já reconhecia a arte como projeção do inconsciente e fruto de um mecanismo através do qual os impulsos sexuais reprimidos, por não serem aceitos, são desviados por uma meta alternativa de satisfação, socialmente aceita, pelo mecanismo de sublimação. Dessa forma, a arteterapia pode ser um facilitador no processo de compreensão e resolução de estados afetivos conflituosos ao permitir a criação da arte, ou seja, por meio dela o sujeito entraria em contato com os seus símbolos a serem compreendidos e transformados. Portanto, a arte tem uma função psíquica natural com papel estruturante (BILBÃO, 2005)
Ao longo do meu aprimoramento profissional fiquei muito admirada com o trabalho da psicologia, enfermagem, doutores da alegria e contadores de histórias. Na enfermaria de Pediatria pude ver na prática como os recursos da ludoterapia e das técnicas expressivas auxiliam as crianças a elaborarem suas angústias e medos, a importância de ter espaços para expressão das emoções e também como o humor motiva as crianças aderirem melhor ao tratamento. Vivenciei na prática como todos esses recursos colaboram para o tratamento das crianças além de fazer com que o ambiente se torne mais acolhedor. Percebi que o brincar e o expressar-se através da pintura, desenho, dramatização entre outros, são técnicas valiosas para adentrar no mundo intrapsíquico das crianças, ajudando-a na elaboração de seus temores e conflitos. Durante a pesquisa percebi a relevância de que os profissionais de saúde conheçam e utilizem a arteterapia como instrumento de acesso ao psíquico.


2. Objetivo

Pesquisar sobre os benefícios da utilização dos recursos expressivos na recuperação de crianças hospitalizadas.


3. Metodologia

De acordo com Gil (2009, p. 44), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, ou seja, livros e artigos científicos trata-se de um levantamento bibliográfico e para isto foram utilizados artigos científicos e livros. Foi consultado o acervo da Biblioteca do Hospital Santa Marcelina, o acervo particular da autora e os artigos científicos foram encontrados na base de dados Scielo no período de 2005 à 2010 e com os seguintes descritores: arteterapia, saúde mental e criança hospitalizada.

O restante deste trabalho está no link: Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/arteterapia-com-criancas-hospitalizadas


Referência Biblográfica

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